quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Relaxar


Hoje, raiou o dia 
Como nunca antes
Meus breves passos 
Palpitantes, hoje não são
Iguais a ontem

Gozo de dias prazenteiros 
E noites agonizantes
Mas nada mais, como
Meu vazio vácuo
Solto, oco, pouco
Para me colocar pra relaxar 

Se cá vivo numa ilusão 
Farei desta a melhor ilusão 
De todas, já vistas e conhecidas 
Haja vista que de nada saberei 
Então apenas ficarei
Nesta minha doce
Ilusão
Dela e nela gozarei dos mais luxuosos
Recantos, nos braços dela regozijarei 
E me deleitarei de forma relaxada e breve

domingo, 3 de maio de 2015

Veleidade


A fragilidade humana
Embota a natureza
Transformando-a em mundo
Que se atola, na asneira de ser algo

Nada é preciso
Fica aí as milhares de interpretações
O ser humano e sua diversidade
Ser vário
Que seria do mundo sem ti ?

sábado, 2 de maio de 2015

Hasard Roi


Cada dia aparenta mais
Porém tudo se esvai
E daí nada realmente ...
É apenas displicente
Esse tempo 
Nada mais que um lamento

Sem destino segue o destino
Assim indeterminado e soturno
Sem guia ou iluminação
Apenas a aparência de um trovão

Assim ele se apresenta 
Inexorável, imponderável e se assenta
Na nebulosa nuvem chamada Hasard Roi

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Ineffable Insanité


Ininteligíveis formas cantam à noite
De inconcebível monstros horrendos
Com incongruentes linguagens dantescas
Na impassível indiferença agem
Com  inexprimíveis atos e gestos

Em outro plano
Vozes vociferam na veracidade
Veloz de vezes vis
De um veio viril

Assim se movimenta
Antrazes antropomorfismos audazes
Andam na áurea área antológica

Cette maison sainté que erigem
Emitindo e eximindo
Desta maneira estigmatizando a nature humaine 

''La parole fait l'autre''

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Entre irmãos


Foram muitas desavenças
Mas qual ser humano com suas crenças
Não olhe para outro de forma indiferente
Aliás somos nacos de carnes, bem diferente

Com seus valores e sabores
Segue nessa dança sepulcral de amores
De nada vale o rancor e as dores infindas
Se no final não houver alegrias desmedidas

Desta forma com toda dor e sofrimento
Vive este ser louco e horrendo, de grandes luxos e tormento
Escravo da estrela que parimos todos os dias do caos
Convivendo nessas enormes e embriagadas naus
De loucos, puros, caretas
Pastores, políticos e xeretas

Contigo vivi a brigar, não busquemos daí ordem
Hoje vejo teu discurso niilista
Com toda influência mista
De mim, de nós e toda desordem

Se nessa vida não há razão alguma
Nesta salada russa de malogro e confusão
Nos falemos,pois o que vale talvez seja o coração
E também não valer coisa nenhuma

Dessa ordem e conclusão
Não nos alimentemos dela e sua contra-mão
Desfrutemos de todas essas desordens
Que daí não nasça idéias sólidas, apenas o provisório de razões selvagens

Gozemos dos choros e louros
Viveremos nós assim para lucros vindouros


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Homônimos


A sede, a central
Da razão
Está na sede, na vontade
De saber
Sem ceder
Assenta-se na sedimentação
De seus episódios
Numa cela prende
E sela todo o proibido

Cerrando uma realidade
Serrando-a com suas instalações
Com pressupostos esotéricos
Estabelecendo ao mesmo tempo
Um exoterismo, que seleciona
E segrega

O espectador
Cheio de entretenimentos
O expectador assiste
Estremando e se extremando
Segue os humanos e seus ideais

Tachando com a  desenvoltura
E habilidade que proferimos
As taxas temos de pagar
Para continuar existindo

Num censo que não cessa
De se descobrir e incutir em si
Um senso que disciplina
E critica e joga consigo




terça-feira, 28 de abril de 2015

Amplexo lúgubre


Será que finda ?
Tudo volta, volta-se a si
A se firmar e descobrir
Redescobrir e segue...
Nada volta
Ou se volta não vejo
Mais tudo é muito forte
Explicar, clarear
É muita pretensão
Reles mortais
Contentem-se com a vida
E no que ela não pode dar
Nem oferecer razão

Veja este abraço ininteligível
Que a vida nos proporciona
Veja e não busque
Simplesmente sinta